Translate

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Único

Não consigo me lembrar de nada Não consigo dizer se isto é sonho ou realidade Dentro de mim sinto vontade de gritar Este terrível silêncio me impede Agora que a guerra acabou comigo Eu acordo e não posso ver Que não resta muito de mim Nada é real a não ser a dor agora Prendo a respiração enquanto desejo morrer Oh, Deus, por favor acorde-me De volta ao útero é muito real Para dentro injeta-se a vida que tenho de sentir Mas não posso olhar para frente e imaginar Ver a vida que terei Alimentado por tubos enfiados em mim Como num romance de guerra Ligado a máquinas que me fazem existir Tirem-me desta vida Prendo a respiração enquanto desejo morrer Oh, por favor, Deus acorde-me Agora o mundo desapareceu, eu sou o único Oh, Deus, ajude-me Prenda minha respiração enquanto desejo morrer Oh por favor Deus ajude-me Trevas aprisionando-me Tudo o que vejo: horror absoluto Não consigo viver, não consigo morrer Preso dentro de mim mesmo O meu corpo é a minha cela Campo minado arrancou-me a visão Arrancou-me a fala, arrancou-me a audição Arrancou-me os braços, arrancou-me as pernas Arrancou-me a alma, deixou-me com a vida no inferno

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Pesquisar este blog