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sexta-feira, 7 de setembro de 2012
Fuga
Demorada a viagem está
Muitas conversas fúteis de pessoas que jamais vi
Nada quero além de atingir meu destino
E mover-me para longe de tais seres.
Será que no lugar errado eu nasci?
Ás vezes isso me ocorre com tanta frequência
Será que na época errada vivo?
Disso não duvido.
Em situações tais
Apenas a música me oferece a possibilidade de fuga
Os fones de ouvido coloco. Aciono meu aparelho.
Os olhos fecho e viajo internamente nos meus delírios
O triste e melancólico som do piano me aquece a alma
Pelos ouvidos a música chega à minha mente
Por todos os poros do meu extenso corpo eu a posso sentir
Maravilhosa sensação.
Letras fortes que retratam o meu interior
Se vocês, seres que ao meu lado estão, escutassem o que eu escuto
Converter-se-iam à maravilha da bela música
De fato não sou desse tempo
Minha mente volta para épocas que não vivi
Todo de negro me imagino
Um piano negro de cauda à minha frente
Eu o toco
Em meio à edificações antigas e pouco iluminadas me encontro
Não poderia estar em lugar melhor
Desligo a música. Abro os olhos. A fuga dessa irrealidade acabou
À minha frente a paisagem urbana com as pessoas que não conheço.
Retornei.
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