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quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Flores

Os lírios estão no cemitério enfeitando a solidão dos mortos em vasos enferrujados em retratos quase apagados de um passado que não volta mais Vizinhos da mesma verdade Prisioneiros da eternidade Na espera da carne apodrecer Acho que estou louca ou eu nascí louca Esse é meu jeito de ser Mas só agora me vejo assim nesse jardim de flores murchas acariciando a sombra presa no cimento Em um espaço parado e sem tempo no muro antigo de uma época que já passou Mas respiro tão aliviada sentada ali naquela calçada Onde o único movimento é o meu olhar Acho que estou louca ou eu nascí louca Mas quero ficar aqui, nesse lugar.

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