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quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Delírio

O quadro na parede a tinta do desenho escorreu Um gato preto na calçada E o dia que morreu Madrugada quieta sombria Sem passos na escada A rua tão escura e vazia o corpo nu sem mãos para tocar Na solidão porta trancada Sem chuva Sem chave Sem nada O barulho do silêncio A palavra não vai explicar Não respire Não fale Cale-se!!! Abra teu olhos Veja a sombra passar A fumaça engole a noite Sinta o que não mais está No espelho do olhar A tua carne a arrepiar Derrube as paredes!!! Derrube as paredes!!! coma o que não quer mastigar Beba o veneno que vai apagar o frio está quente!!! o quente está frio!!! O gelo derrete no copo Sem chuva Sem chave Sem nada não há como escapar da paisagem que antes viva agora está morta a carne podre vai enterrar Não há como fugir Não há como evitar É o que te resta E o que antes existia Na escuridão... Apagou-se no ar És agora o morto o coveiro e a pá.

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